December 12, 2005

O que lhes contarei um dia...

Porquê escrever aqui? Há quem diga que os humanos temem tanto a morte que buscam uma forma de ser eternos.
Hoje em dia, ouvimos as notícias sem cessar – muitas vezes, sem mesmo avaliar a importância e relevância de cada notícia. Não importa, o que importa é estar a par, saber o que está a passar. Aqui ao lado e no mundo inteiro. (Senão, o que é que as pessoas vão pensar? Se nem sequer posso comentar as notícias de ontem?...) E, pelo caminho, oiço também todos os anúncios e mais alguns, canto todos os jingles mesmo que já não suporte ouvi-los. [Leiam “Cristo e o Publicitário”, já não me lembro do autor mas é excelente para nos fazer parar e pensar sobre os abusos comerciais desta época.]

Voltando ou re-ligando com a frase de abertura, acho que contamos e repetimos as histórias para nos lembrarmos e para tentarmos, de alguma forma, eternizar momentos. Repetimos feitos antigos e os antigos que os viveram vivem na nossa memória. Mesmo que, entretanto, a história já não conte exactamente o que aconteceu. Mas... exactamente para quem? Se cada situação é vista e vivida na perspectiva de cada um... Certo? Pois...

Talvez eu escreva para falar convosco. Para vos sentir ou me sentir mais perto. Ou, simplesmente, para exprimir o que sinto, o que penso. E aproveitar para vos ir contando umas histórias... e ter alguém que as leia.
Sou mais coerente e clara a escrever do que a falar, já todos sabem. O que não quer dizer que este blog vá ser coerente e/ou claro, na forma nem no conteúdo. Não teria graça, nem seria eu. Finalmente, tenho um espaço onde as minhas múltiplas personalidades se podem exprimir!
Aqui posso guardar um registo, just in case... Porque a minha memória, que eu considerava excelente e à prova de qualquer intempérie, já não é o que era. Claro que continuo a lembrar-me das matrículas dos carros dos pais de há 15 anos atrás, do número de telefone da tua casa (quando moravas com os teus pais) e de mais n códigos numéricos que não interessam para nada. Mas, não fosse o Outlook e o Birthday Alarm, e nem uma (atrasada) mensagem de Parabéns vocês receberiam.

Ou talvez eu tenha esperança de ir aprendendo a contar histórias, pouco a pouco. Para quando os miúdos forem dormir a casa da tia Susana. Tentarei portar-me como uma ‘adulta’ e só contar histórias interessantes, que os façam aprender.
E não lhes contarei da maravilhosa aventura que é partir sem saber o que nos espera (além de muito trabalho), conhecendo gente nova (que só voltamos a ver 10 anos depois ou nunca mais), arranjando amigos que sempre estarão perto mesmo que a milhares de kms de distância, sofrendo de saudades por todos os que deixamos em casa e em todos os sitios em que nos sentimos em casa.
Tentando superar mais uma meta que talvez não seja mais que uma ilusão, indo para fora para, afinal, nos descobrirmos cá dentro..
Ou talvez sim, talvez lhes conte...

PS Desculpem os erros ortográficos e gramaticais, que eu abomino. Ou costumava detestar. Mas o meu Português e a minha inflexibilidade formal também já não são o que eram...

3 comments:

Susana G Santos said...

Posso comentar o meu próprio post?

Perdoem a falta de modéstia mas estive a reler e... acho que não me saiu nada mal. :)

Anonymous said...

Também acho que não te saíste mesmo nada mal...
Mas espero que te portes mesmo bem e não venhas a contar tais aventuras ao teu sobrinho. Não sei se ele terá as mesmas tentações que tu, mas nunca se sabe;)
Queremos que ele veja um pouquinho mais a Tia Susie do que nós temos visto ultimamente...
Beijos

Susana G Santos said...

Será que já lhes posso começar a contar histórias?
O bichinho da escrita anda por aqui a espreitar outra vez... :P